quinta-feira, 21 de maio de 2015

Reflexão A Fé e as Emoções

A espiritualidade não pode depender dos sentidos ou dos sentimentos.

Onde está o fundamento da nossa relação com Deus? O desânimo nos faz desistir da obra do Senhor? Adoramos apenas quando estamos alegres? Precisamos sentir um arrepio para saber que Deus está presente?

Os sentidos físicos são fundamentais para a comunicação do homem com o mundo material. Por meio deles, o corpo transmite impressões à alma, produzindo emoções e sentimentos. Entretanto, tais faculdades físicas e psicológicas não são eficazes em relação ao mundo espiritual, tendo apenas uma participação secundária e eventual. Como disse Paulo, embora Deus não esteja longe de cada um de nós, não podemos localizá-lo por meio do tato (At.17.27). Também não somos capazes de ver o seu rosto.

É verdade que os sentidos são úteis porque através deles recebemos a palavra de Deus. “A fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” (Rm10.17). Uma vez gerada em nós, a fé passa a ser o fator dominante na nossa relação com o Senhor. O mais importante não é o que vemos ou o que sentimos, mas o que cremos com base na palavra de Deus. Está escrito: “O justo viverá pela fé” (Hab.2.4).

Nossa vida não pode ser conduzida exclusivamente pelos sentidos físicos, pois eles estão sujeitos ao engano. O mal está por toda parte e, muitas vezes, se apresenta com boa aparência (II Cor.11.13-14). É o lobo com pele de cordeiro (Mt.7.15). Podemos comparar essa realidade àquele episódio, quando Jacó se cobriu com a pele de um animal para se fazer passar por seu irmão Esaú. Os sentidos físicos de Isaque foram enganados, principalmente porque um deles, a visão, já não funcionava (Gn.27).

No episódio da tentação, Eva ouviu a voz do Inimigo; ficou deslumbrada ao ver o fruto proibido e acabou tocando nele e comendo-o. Seus sentidos foram atraídos e dominados pelo mal (Gn.3).

Outro exemplo pode ser observado em I Samuel 16. O profeta ficou admirado com a aparência dos irmãos de Davi e, por pouco, não ungiu a pessoa errada.

Concluímos que os sentidos físicos podem ser iludidos, levando a alma ao engano de emoções manipuladas. Constatamos isso, por exemplo, no poder dos filmes e novelas que provocam o riso, o choro, a simpatia e a ira diante de situações irreais.

Temos a tendência de viver dependendo daquilo que sentimos ou vemos. Quando estamos diante de algo com aparência grandiosa, ficamos impressionados e isso pode afetar indevidamente nossa espiritualidade. Por isso é que as imagens de ídolos e as grandes catedrais são tão importantes em algumas religiões. Em alguns casos, as chamadas artes sacras são usadas na tentativa de se preencher o vazio de uma doutrina mentirosa. Qualquer estátua que se fabrique, tendo qualidade artística, será facilmente aceita como objeto de culto, ainda que não represente uma pessoa real. Os discursos eloqüentes também podem exercer uma influência muito forte, mesmo que a sua mensagem seja uma heresia. A visão e a audição despertam nossas emoções e isso pode ser confundido com experiência espiritual.

A fé na palavra de Deus é a base sólida de uma espiritualidade sadia.

Fé não é sentimento. É certeza, convicção. Por meio da dela, nosso espírito tem acesso a Deus e ao mundo espiritual.

Observemos a firmeza da fé nas palavras do apóstolo: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus...” (Rm.8.28). Paulo não disse: sentimos ou vemos, mas sabemos. É algo claro, concreto e inabalável. Se Deus disse algo, nós sabemos que isso é realidade. Não dependemos de sentir ou ver alguma coisa.

Quando Jó estava mergulhado em sua tribulação, ele disse: “Eu sei que o meu Redentor vive e que por fim se levantará sobre a terra” (Jó 19.25). Se Jó fosse depender de seus sentidos e sentimentos, estaria perdido.

Jesus disse: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt.18.20). Sua palavra é o que nos basta. Se sentimos a sua presença, ele está entre nós. Se não sentimos, ele está também. Devemos crer porque ele prometeu. Como disse Paulo: “Andamos por fé e não por vista” (II Cor.5.7). Esse é um dos aspectos do “andar no espírito”, outra expressão paulina (Gál.5.16).

Mesmo que a realidade exterior tente me convencer do contrário, eu devo permanecer firme pela fé. As circunstâncias podem ser adversas, mas a palavra de Deus permanece imutável. Se estivermos firmados nela, também seremos inabaláveis.

Outras palavras chegarão aos nossos ouvidos. Nossos sentidos serão assediados por muitas influências, mas nossa vida espiritual deverá estar fundamentada na fé que depositamos sobre a palavra de Deus.

Emoções controladas pelo espírito.

Com tudo isso, não estamos desvalorizando as emoções humanas, mas apenas colocando-as nos seus devidos lugares. Vivendo pela fé, o Espírito Santo age em nosso espírito, que muitas vezes alcança nossa alma produzindo emoções. Um dos aspectos do fruto do espírito é a alegria (Gal.5.22). Esta não depende de estímulos externos, mas vem de dentro para fora, até mesmo em meio às tribulações.

Os sentimentos não podem ser ignorados, mas não podemos ser controlados por eles. Assim como os sentidos físicos, as emoções são importantes na experiência espiritual, mas não são determinantes. Quem vive movido por sentimentos será uma pessoa instável e sempre desconfiada em relação às coisas de Deus.

Nossa filiação divina, o perdão dos nossos pecados, a certeza de vida eterna e a posse dos nossos direitos espirituais não dependem daquilo que sentimos, mas da palavra de Deus, que é fiel e não pode mentir. Devemos encarar tudo isso como fatos espirituais consumados.

Nosso compromisso e fidelidade ao Senhor também não podem depender de sentimentos. Não seremos movidos pelo entusiasmo nem detidos pelo desânimo. Estamos determinados a continuar nosso trabalho até o fim. Emoções negativas podem ser ameaçadoras, mas iremos apresentá-las ao Senhor em oração para que ele as controle pelo seu Espírito.

Vivendo pela fé seremos firmes. “Os que confiam no Senhor são como os montes de Sião, que não se abalam, mas permanecem para sempre” (Salmo 125.1). Autor: Prof. Anísio Renato de Andrade

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