segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

O CASAMENTO

O homem, ao casar, deixa o convívio de seus pais, e apega-se, ligase, junta-se àquela à qual escolheu como esposa e companheira. Nas palavras de Gênesis 2:24 temos a base para o ensino de que o casamento foi divinamente instituído e não de origem puramente humana, ou resultado da evolução do homem. Diz o texto referido: “Por isso deixará o homem pai e mãe, e se unirá à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”. De acordo com a lei de Deus, em Gênesis, e reafirmado por Jesus Cristo em Mateus 19:4-6, o casamento é uma aliança entre um homem e uma mulher. “Não tendes lido que o Criador desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe se unirá à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem”.

Desse modo podemos entender que Deus estabeleceu o matrimônio com os seguintes propósitos:

(1) promover companheirismo;

(2) disciplinaro instinto sexual;

(3) favorecer a procriação da espécie humana, e

(4) formar um lar onde os filhos pudessem ser criados e educados para servir a Deus, à família e a pátria.

O objetivo do primeiro casamento foi fundir duas pessoas numa unidade harmônica e criativa de alma e corpo. Em Gênesis 2:18, Deus diz: “Disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só. Far-lhe-ei uma adjutora que lhe corresponda”. Na última parte do versículo diz: “esteja como diante dele”, de acordo com o original hebraico, significa aquela que completa a sua vida.

A) A PREPARAÇÃO PARA O CASAMENTO

Durante a passagem da infância para a adolescência, significativas transformações ocorrem no corpo e na mente do homem e da mulher. Juntamente com as mudanças físicas e psíquicas vêm novos interesses, desejos e sentimentos os mais diversos. Não há nada de anormal nisto, nem pecaminoso. De fato, isto faz parte do plano de Deus relacionado à preparação do ser humano para o casamento. Alguns pontos são importantes nessa preparação:

1º) - Deus quer um “templo” puro no qual possa habitar. Nossos corpos são templos os quais Deus escolheu para a Sua santa habitação (I Co 6:15-20). Levando uma vida impura, o homem pode contrair doenças, as quais podem arruinar a sua saúde, a saúde de seu cônjuge e a de seus filhos. A abstinência da relação sexual antes do casamento não prejudica em nada a saúde de pessoa alguma. Nada justifica tal ato antes do casamento. A obediência às leis e padrões de Deus produzem as melhores bênçãos, ao passo que o senso de culpa e medo, oriundos da desobediência, produzem doença espiritual e moral, e por conseguinte, morte espiritual. 2º) - O comportamento do homem e da mulher antes do casamento. Pode-se alcançar o padrão divino quanto ao comportamento antes do casamento, mediante quatro maneiras: (a) controlando os seus sentimentos (I Tm 3:2); (b) controlando os seus pensamentos (Fp 4:8); (c) vencendo as tentações (Tg 4:4,5); (d) dependendo inteiramente de Deus (I Co 6:9-11). A autodisciplina é parte integrante do amadurecimento do homem; ela é indispensável a um casamento feliz. Deus dá muitas oportunidades para o desenvolvimento desta característica durante o tempo de preparação para o casamento. O homem é dotado de consciência, inteligência, e vontade própria

Uma vez submissos a Deus, todos esses elementos estarão condicionados a levar o homem a tomar decisões corretas. O amor verdadeiro gera autodisciplina nas pessoas que têm o casamento em vista para o presente ou para o futuro.

3º) A escolha de um esposo ou de uma esposa. A influência da pessoa escolhida, pode colaborar para a obediência e o serviço a Deus, ou influenciar para a desobediência e rejeição do caminho que conduz ao centro da vontade divina. O fato de que Deus tem interesse nos mínimos detalhes da nossa vida, deve levar-nos a pedir a Sua direção sobre o que havemos de fazer e os cuidados que devemos ter na escolha. Neste particular escreve o apóstolo Tiago: “Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto; e ser-lhe-á concedida” (Tg 1:5).

4º) Como Deus pode ajudar na escolha? Por meio da Sua palavra – a Bíblia. Sendo o matrimônio um passo de primordial relevância, nada mais coerente que buscar ouvir a voz de Deus. Ele espera daqueles que têm em mente o casamento, que seus primeiros passos sejam: (a) oração: conversar com o Pai, a fim de conhecer a Sua vontade; (b) submissão: disposição para aceitar a Sua vontade, incondicionalmente; (c) desprendimento: estar disposto a um viver que some amor, compreensão e dedicação; onde o eu seja posto de lado; (d) responsabilidade: não se concebe uma união feliz, sem responsabilidade de ambas as partes; (e) aceitação e amor mútuo: formar um lar sem esse fundamento, é partir para a infelicidade plena.

5º) A Bíblia determina ainda que o cristão só deve se casar com outro cristão. Por “cristão” estamos nos referindo a todos os membros da família de Deus, nascidos de novo pela fé em Jesus Cristo. Neste sentido adverte o apóstolo Paulo: “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos” (II Co 6:14). A Bíblia registra o romance de vários casais, cujo resultado foram casamentos sólidos e dentro da vontade de Deus. Por exemplo: Rute deixou seus pais para servir ao Deus de Israel, e pela sua fidelidade, enquanto trabalhava no campo de Boaz, através de uma circunstância, Deus proveu um marido para ela. E, também, por força de circunstâncias, foi que deu-se o casamento de Isaque e Rebeca. Mas, a Bíblia fala também sobre casamentos que foram desastrosos: Sansão, não aceitou o conselho dos pais, por isso após dois casamentos com mulheres que não professavam sua fé, ele foi vendido às mãos de seus inimigos; e, Salomão também se afastou de Deus por causa das esposas ímpias que teve. O rapaz e a moça podem possuir qualidades admiráveis, boas maneiras, interesses parecidos e personalidades que combinam, no entanto, a felicidade no casamento será possível se além de tudo isto houver amor mútuo; aquele amor que é muito mais do que mera atração física ou sexual. O amor verdadeiro envolve respeito, honra, gratidão e consideração mútua. Amor mútuo gera o senso de pertencer, desejo de agradar, de procurar o ajustamento necessário. Quem pode provir esse amor é Deus. Somente o amor recebido do Pai pode propiciar ao homem e à mulher essa aceitação com todas as evidências. Existem pessoas que têm idéias pré-concebidas quanto à escolha do companheiro. Assim, oram, porém, a “resposta”, que elas já haviam determinado, de modo que passam a afirmar que têm certeza de que, em tal determinação, está a vontade de Deus. Os resultados podem ser terríveis! Tenham cuidado também com os pretensos “profetas” casamenteiros.

B) O NOIVADO

O casamento é mais do que uma união de corpos – é uma comunhão plena de duas pessoas. O princípio da amizade e do namoro antes do casamento está firmemente baseado na necessidade psicológica de testar as possibilidades de adaptação e harmonia entre o homem e a mulher. Durante o período do noivado, o futuro casal geralmente passa tempo junto, trocando idéias, visando um melhor conhecimento mútuo. Eles planejam suas vidas e começam a comprar as coisas que acham necessárias ao seu futuro lar.

A conduta durante o noivado deve ser controlada e dirigida pelos padrões bíblicos, em primeiro lugar. O casal deve vencer aquela natural atração carnal de um pelo outro. Para vencer a tentação nesse sentido, é preciso cautela, e, mais uma vez bom senso e temor a Deus. O comportamento de ambos deve estar à altura de impedir críticas à sua pureza e também contra a igreja da qual são membros.

O planejamento do casamento é importante por várias razões. Os noivos devem ter idade suficiente para assumirem as responsabilidades do matrimônio. O marido deve ter um emprego, deve estar disposto a sustentar a esposa e os futuros filhos. A mulher deve saber cuidar do lar, ser prestimosa e estar devidamente preparada para criar os filhos na doutrina e disciplina do Senhor.

É propício que antes do casamento os noivos sejam devidamente orientados por um conselheiro qualificado em aconselhamento pré-nupcial, quanto aos diversos aspectos da vida a dois. Juntos, noivo e noiva devem abordar e esclarecer as idéias sobre coisas tais como: religião, finanças, filhos, amigos, interesses e comportamento. Devem adquirir e ler bons livros apropriados à preparação de si mesmos e do futuro lar.

Para estarem habilitados civilmente para o matrimônio, os noivos devem estar munidos dos documentos civis exigidos por lei. As exigências civis devem ser cumpridas antes da cerimônia religiosa. Na cerimônia religiosa os noivos fazem, publicamente, votos entre si, perante Deus e perante as demais pessoas presentes. Prometem amar, honrar, proteger e serem fiéis mutuamente, até que a morte os separe. Estes votos deverão ser proferidos perante um ministro ordenado, que, após ouvi-los e declarar aos noivos suas responsabilidades mútuas, os declara marido e mulher, rogando as bênçãos de Deus sobre o novo lar. A cerimônia perante a igreja indica que o casamento foi divinamente instituído e que os cônjuges buscaram a ajuda e orientação de Deus para suas vidas e o estabelecimento do seu lar perante um ministro de Deus.

O CONCEITO BÍBLICO DE CASAMENTO

Embora um bom relacionamento entre pais e filhos seja de grande importância, não é a base principal de um bom lar. Deus instituiu primeiro o casamento, depois os filhos. Por alguma razão, hoje em dia, parece que o foco mudou, e temos lares centralizados nos filhos. Isso é um grave erro. Um bom casamento é fundamental para que haja um bom lar. O conceito bíblico de casamento é o da aliança de sangue. Este é um conceito oriental que tem sido conhecido e praticado por séculos no oriente, mas é pouco conhecido ou mal entendida no ocidente. A Bíblia está situada em um contexto oriental, e muito da apresentação bíblica do relacionamento de Deus com o homem está expresso em terminologia de aliança de sangue. Infelizmente, a maioria de nós no ocidente tem muito pouca familiaridade com este conceito.

Uma aliança de sangue é o acordo mais íntimo, mais sagrado, mais duradouro e mais comprometedor conhecido pelos homens. Quando se faz esse tipo de aliança, se estabelece um compromisso mais valioso do que até mesmo sua própria vida, assumindo um compromisso básico nos seguintes termos: “tudo o que tenho e sou é seu”. Os seus inimigos são meus inimigos, e estou pronto a entregar até a minha própria vida por você, se for necessário”. Tal aliança nunca era, por assim dizer, quebrada. Era um compromisso tão sagrado que um homem preferia morrer se desonrasse a si mesmo ao quebrá-la. No Oriente, a palavra de um homem em um voto ou aliança era de mais valor do que a sua vida.

É uma coisa assombrosa que o Deus Todo-Poderoso fizesse aliança com o homem, comprometendo-se com tudo que Ele é e tem conosco. Mas Ele fez esta aliança, através de Jesus. Jesus tomou sobre Si a punição pela nossa quebra de aliança e estabeleceu uma Nova Aliança, e a ofereceu a todos os que quiserem um compromisso de aliança irrevogável e indissolúvel. O conceito de aliança, portanto, é um compromisso unilateral, irrevogável, indissolúvel, válido até a morte. A aliança não depende do desempenho de nenhuma das partes. É um compromisso unilateral feito com a outra parte, na presença de Deus, independente do desempenho do parceiro. Por outro lado, o conceito de contrato, que é o que conhecemos, é um conceito inteiramente diferente. Um contrato é um acordo bilateral entre duas pessoas, totalmente dependente do desempenho do acordo. Sob o contrato, se uma parte falha, a outra não tem nenhuma obrigação de cumprir seu compromisso e não está mais ligado pelos termos do contrato. Este não é o caso de uma aliança em que se está irrevogável. Uma aliança simplesmente não era quebrada, e, se fosse, a penalidade era a morte.

Até recentemente, o conceito de casamento, até mesmo na sociedade de modo geral, era de aliança, e não de contrato. O conceito de casamento na Palestina Judaica, na época de Jesus, definitivamente era o conceito de aliança e não o de contrato. Ate há pouco tempo, a igreja via o casamento como uma aliança e não como um contrato.

Infelizmente, depois de um período de tempo, o mundo incrédulo, por causa de uma alegada preocupação pelo indivíduo, começou a abandonar o valor bíblico de aliança no casamento e em seu lugar abraçou o valor de contrato. Quando, no casamento, damos o devido valor à aliança, dizemos ao parceiro: “Estou irrevogavelmente comprometido com você até que a morte nos separe. Meu compromisso com você não tem nada haver com seu desempenho ou qualquer escolha que você fizer.

É um compromissounilateral diante de Deus até a morte”. Este é o compromisso que Jesus fez conosco: “De maneira alguma te deixarei nunca jamais te abandonarei” (Hb 13:5).

Numa situação de contrato, por outro lado, dizemos: “Vou conservar o lado da minha barganha se, você conservar o seu. Se você me fizer infeliz ou não fizer o que você prometeu, te deixarei e acharei alguém que me faça feliz e mantenha suas promessas. E se você me deixar, então eu definitivamente te deixarei e encontrarei uma outra pessoa”. O apóstolo Paulo em Efésios 5:22,23 declara que o casamento é o retrato principal do relacionamento entre Cristo e a Igreja. Isso significa que se eu quiser saber como Jesus se relaciona comigo, devo olhar no relacionamento de um homem com sua esposa. Se, ao fazê-lo, o valor fundamental que vejo representado é o valor da aliança, então estou recebendo um retrato correto. Todavia, se ao fazê-lo, o valor fundamental que vejo representado é o contrato, então uma imagem errada do meu relacionamento com Jesus se estabelece no meu coração.

Não creio que isso seja um processo mental necessariamente consciente, mas automaticamente abraçamos o modelo de nossos pais e outros modelos significativos. É ainda uma situação mais séria quando não há distinção entre os valores daqueles que se chamam pelo nome de Cristo (cristão) e os incrédulos. Se os cristãos, que devem representar os valores de Deus, abraçam os mesmos valores da sociedade à volta deles, então não há lugar algum para se buscar o retrato correto do relacionamento. Então, qual devemos escolher?

O CASAMENTO DEVE SER PERMANENTEO

O casamento é a união de um homem com uma mulher. Moral e legalmente eles estão vinculados por toda vida. Assim o lar é estabelecido e a família mantida. O casamento é para a vida inteira. Foi assim que Deus o instituiu e assim abençoou (Gn 2:24). Como demonstram as Sagradas Escrituras, se a família teve a sua origem segundo o propósito de Deus, a Ele deve lealdade plena. O matrimônio deve ser encarado como um consórcio no qual os cônjuges são sócios de Deus, o qual tem todo interesse em realizar o Seu plano em suas vidas.

O sucesso do casamento depende da permissão do casal para que Deus opere nas seguintes áreas e aspectos da sua vida:

a) Aspecto Social (Gn 24:3,4). Quando Abraão notou que o seu filho Isaque já estava em idade de se casar, mandou buscar-lhe uma esposa entre os membros da sua parentela. Muitos casamentos têm fracassado porque os cônjuges não tiveram o cuidado de escolher como esposa ou esposo alguém que comunga a mesma fé e a mesma esperança, preferindo casar-se com pessoas não-crentes

b) Aspecto Cultural. É evidente que o simples fato de uma pessoa ser adotada de elevado nível cultural, não a faz automaticamente melhor que ninguém. Mas, evitando-se generalizar, a compatibilidade entre os membros do casal é bem mais fácil quando marido e mulher têm nível cultural igual ou, pelo menos aproximados.

c) Aspecto Espiritual. Evidentemente o parceiro pode possuir uma personalidade atraente, pode até haver uma atração comum a ambos, mas, se ele ou ela não zela convenientemente da sua fé e da sua vida de comunhão com Deus, ainda que sendo “uma só carne”, estarão separados no espírito. O LAR CRISTÃOO

O lar é o lugar onde mora uma família. Um apartamento onde vivem três moças juntas, não é um lar. Uma pensão onde moram três rapazes, não é um lar. Um lar tem início com o marido e sua esposa; mais tarde, geralmente, incluindo filhos.

Quando Deus estabeleceu o padrão para a primeira família, designou um lugar especial onde Adão e Eva pudessem ter o seu lar. Era um lindo jardim, dotado de todas as propriedades de um lugar onde ambos viveriam sob a bênção divina. Mas, ainda hoje, Deus quer que cada família tenha um lugar específico onde seus membros possam viver juntos – que definimos por lar.

Um lar cristão é aquele onde Jesus habita. Onde todos os membros da família seguem as determinações divinas. É o lugar onde pais e filhos compartilham os seus planos, problemas e necessidades. É uma congregação onde Deus é adorado e a Sua Palavra, reverenciada. É uma escola onde os membros da família aprendem o viver cristão e a evidenciar uma vida de santificação no trato com as pessoas e com Deus. É a oficina onde se constrói o caráter dos seus componentes de acordo com a vontade de Deus.

É o ambiente divinamente ordenado para o crescimento físico, moral e espiri tual das vidas que compõem. Se seu lar é cristão, ele deve ser assim. O lar é fundamental para a existência de uma sociedade. O lar produz os membros que compõem a sociedade que a mantém viva, geração após geração. Um lar devidamente estruturado provê o treinamento necessário às crianças para que sejam úteis a sociedade. O tipo de treinamento que os nossos filhos tiveram no lar, há de determinar o tipo de pessoas que eles serão no seio da comunidade. Desse modo, o lar fundamentado no bem e na verdade, ajudará a desenvolver bons hábitos, senso de obrigação, amor, lealdade e respeito para com os outros.

O lar é uma espécie de laboratório onde o Cristianismo é testado. Aqui, o viver do marido, da esposa e dos filhos que advirão do matrimônio são provados de forma a se constituírem instrumentos de benção divina não apenas para o lar, mas também para a sociedade como um todo. Para que isto seja possível, é necessário que o lar seja cristão não apenas na teoria, mas também na prática.

UM LAR SAUDÁVEL

Desenvolver um lar feliz requer um perfeito ajustamento entre o marido e mulher. Filipenses 2:3,4 registra um conselho de Paulo, de grande utilidade para aqueles que perseguem o alvo da real felicidade matrimonial: “Nada façais por partidarismo, ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros” .

Vejamos alguns pontos importantes para se ter um lar saudável:

a) Pensamento conjunto.

Uma das primeiras áreas do casamento que exige um ajustamento para tornar o lar um ambiente saudável, fala da necessidade de treinar a mente a pensar em conjunto. A Bíblia registra pouquíssimas palavras ditas por Adão; porém é interessante observar que a primeira vez que ele falou, conforme registra a própria Bíblia, não falou de si mesmo, mas daquela à qual Deus lhe deu consorte. Disse ele: “Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada” (Gn 2:23).

b) Independência Emocional/Financeira.

Uma das coisas que marido e esposa não podem deixar de pensar, é o tipo de relacionamento que os prende aos seus parentes, principalmente a seus pais, a partir do momento do casamento. Evidentemente, que um filho, ao se casar, não perde suas obrigações para com seus pais. Porém, a partir do momento do casamento, a primeira obrigação do marido é com a esposa e da esposa para com o marido. Isso diz respeito a independência emocional e financeira dos pais. A partir da celebração do ato matrimonial, marido e mulher passam a ser os parentes mais chegados. Em Marcos 10:7, Jesus disse: “Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir- se-á a sua mulher”. Isto indica que aquele relacionamento tão estreito que o filho, ou filha sempre teve com os seus pais (financeiro e emocional), tem que mudar para dar lugar a um relacionamento indestrutível com o cônjuge.

Apesar do exposto, muitas vezes os pais são os primeiros a não atinarem para o fato de que seus filhos casados já são adultos e têm o direito de controlar as suas próprias vidas, sem qualquer ingerência deles. É importante também a independência na área da moradia: trata-se de deixar pai e mãe, mesmo. É indiscutível a necessidade de visitar os pais de vez em quando, mas não deve ser esquecido que, o seu lar, a partir do casamento, já não é mais aquele integrado pelos seus pais e irmãos; seu lar é aquele em que o casal vive, um ao lado do outro.

c) A comunicação no lar.

Através da comunicação podemos gerar vida, como também a morte. Quando usamos palavras de incentivo, de valorização, de consolo ou quando dizemos que amamos, estamos comunicando vida. A comunicação é algo fascinante, que vai além de palavras. Expressões faciais, olhares, gestos, toques podem ser usados com muita habilidade na arte de transmitir idéias, pensamentos e sentimentos.

O Apóstolo Paulo em I Coríntios 1:10 diz: “Rogo-vos, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que sejais concordes no falar, e que não haja dissensões entre vós; antes sejais unidos no mesmo pensamento e no mesmo parecer”. Este é o comportamento ideal da parte de Deus para com o lar cristão: uma família que entende a prática do trabalho de equipe, da ação conjunta, do viver diário em união.

Infelizmente, as pessoas vivem muitas vezes debaixo do mesmo teto, mas estão em desarmonia, são incapazes de um acordo sobre algumas questões impedindo o diálogo e a comunicação. O que fazer para aprender e desenvolver a arte de comunicar-se? Daremos a seguir alguns pontos que julgamos importantes e que poderão resultar num progresso rumo à proposta de um diálogo transparente e benéfico no lar.

1º) Ter disposição para aprender a se comunicar. Quando estamos vivos e nos propomos a uma convivência produtiva em amor e em contribuição mútua é necessário disposição para aprender a se comunicar. Comunicar os verdadeiros sentimentos, propósitos e desejos, sinceramente, conhecer e ser conhecido; ouvir e compartilhar; compreender e ser compreendido.

2º) Identificar qual a dificuldade que impede a comunicação. Encarar de frente, falar a respeito do assunto, buscar trabalhar os sentimentos e dificuldades para que sejam vencidas. Procurar entender em vez de fazer suposições sobre o seu companheiro. Às vezes as palavras são mal interpretadas por quem as ouve, vem então a distorção, gerando dificuldades na comunicação entre as pessoas.

3º) Não fugir de situações que proporcionem oportunidades de crescimento na comunicação. O melhor sempre a fazer, é enfrentar os testes e ter disposição para as possíveis correções. Ser honesto, franco e aberto. Não esconder nada do seu companheiro. A comunicação cessa

quando a necessidade de ocultar algo é mais forte do que o desejo de união. 4º) Desenvolver a capacidade de saber ouvir. Ouvir com os olhos, com o coração, lembrando que a comunicação é “uma vida de mão dupla”. A medida que aprendemos a ouvir, aprendemos também a falar na hora certa e de maneira certa.

5º) Estabelecer prioridades. O que acontece é que, ao distribuir o tempo, não o fazemos sensatamente. A questão da falta de comunicação no lar muitas das vezes é decorrente da falta de remir o tempo. Remir é resgatar, é comprar pagando um preço para se readquirir o tempo escravizado. Tempo disponível no casamento é como oxigênio na atmosfera.

Para melhor aprendizado em se remir o tempo, é necessário que nos lembremos de duas passagens: A primeira é “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo” (Lc 10:27). Dando o nosso amor no sentido de nos interessarmos por alguém, é necessário reservarmos prioridade “1” para Deus. A segunda é “façamos o bem para todos mas principalmente aos da família da fé” (Gl 6:10). d) Planejamento Financeiro do lar.

O dinheiro no lar deve servir para cobrir as despesas e o lazer, e, além disso, deve servir para reforçar a confiança mútua. Quando o casal aprende a ter confiança nesta área, passa a confiar em outras também. A má administração do dinheiro é uma das razões responsáveis por graves dificuldades na área financeira. A falta de sábia administração, ou de orçamentos mensais é talvez a primeira fonte de problemas financeiros no casamento.

A responsabilidade de administrar o dinheiro é do casal. Quando o cônjuge diz para o outro: “Eu ganho dinheiro e você não”, está permitindo que o dinheiro seja uma algo entre eles para separá-los. Isto abala a coordenação do lar e fere sentimentos. Mas, quando os cônjuges consideram o dinheiro que ganham comum aos dois e se reúnem para planejar o que precisam e o que podem gastar, quase sempre os problemas com dinheiro desaparecem.

O orçamento deve ser estabelecido com clareza, transparência, sem restrições. Estabelecendo o orçamento conjunto, deve-se, em comum acordo, primeiro dar o dízimo a Deus. E o que restou será abençoado se, em comum acordo, planejarem como gastá-lo. É preciso ser prudente para não entrar em dificuldades. É importante também que os filhos já adolescentes participem das decisões orçamentárias e tenham ciência da condução financeira familiar. A participação deles não é de decisão final, mas de poder também opinar e ajudar. Isso traz responsabilidade e criatividade. e) O Relacionamento dos componentes do lar.

O nível de cristianismo no lar depende do tipo de relacionamento que os seus integrantes tem um com o outro e com Deus. - Relacionamento com Deus. Considerando as tentações ao nosso redor e as inclinações corruptas do nosso coração, devemos nos esforçar para conservar as nossas vidas num relacionamento certo com Deus e assim estabelecer a atmosfera de um lar verdadeiramente cristão. A primeira coisa a fazer é obedecer o que diz a Palavra de Deus.

- Relacionamento com os outros. Em primeiro lugar a harmonia uns com os outros é fundamental. Certas tensões são normais no lar, onde pessoas de personalidades e desejos diferentes se unem; mas é bom todos primem por viver em harmonia, assegurando assim não só a paz, mas também a felicidade do lar. Em segundo lugar o amor, que é capaz de suportar, crer, esperar ( I Coríntios 13). O amor vai se tornando cada vez mais rico, à medida que o tempo vai passando. E esse amor se desenvolve à medida que a vida em comum vai se processando nos períodos de doença, no aborrecimento e na dor, nas tensões econômicas da vida, nas pressões sociais; mas também nas alegrias.

Em terceiro lugar a gentileza, a bondade e o perdão. A estrutura básica de uma família é uma relação em que todos os seus integrantes se unem em bondade e compreensão. O pai precisa sentir que os filhos e a esposa o amam; a mãe precisa ser amparada com simpatia pelos filhos e pelo esposo; os filhos precisam ser instruídos e disciplinados com amor.

O apóstolo Paulo instrui: “Antes sede bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4:32).

E por último lealdade. As relações íntimas entres os cônjuges devem basear-se, entre outras coisas, na certeza da lealdade do companheiro. Da mesma forma deve haver um sentimento de lealdade entre pais e filhos. Além da fé viva em Deus, nos relacionamentos há uma grande necessidade de se ter confiança.

Finalizando este capítulo, ter um casamento feliz representa um desafio mútuo, superior à simples descoberta de um companheiro com que se viverá. Não muito depois das núpcias os cônjuges compreendem que o casamento é um teste para o seu caráter. Eles concluem naturalmente que um casamento feliz não depende apenas da escolha afortunada, de cônjuges perfeitamente ajustados. Eles passam a compreender que a felicidade conjugal e do lar será o resultado de um processo que se desenvolverá a vida inteira. Sabem que têm de se submeter ao mesmo jugo e muitas das vezes sacrificar a liberdade pessoal e os interesses próprios. Só agindo assim será possível alcançar a felicidade que o individualismo egoísta impede. Existem fatores quase que imperceptíveis, no entanto, indispensáveis ao bem estar do casal e da família. Esses fatores são como alicerces sobre os quais se apóia o casamento bem sucedido e um lar harmonioso, tais como seguem:

1º) A qualidade do amor dispensado a Deus. Primeiramente a qualidade do amor do marido e da esposa para com Deus. O motivo principal que deve unir duas pessoas no matrimônio é o amor. A Bíblia ensina Semeador 27 que marido e mulher devem amar-se mutuamente (Tg 2:4; Cl 3: 19), devem amar a Deus acima de tudo. Mas, todo aquele que diz amar a Deus, ou mais que isto, aquele que sente profundo amor por Deus, jamais impedirá que o reflexo desse amor alcance o seu cônjuge. Pelo contrário, além de alcançar grande efeito em seu cônjuge e no casamento, também trará resultará magníficos no relacionamento dos filhos com Deus e com eles.

2º) O valor da Bíblia como manual do lar. Assim como o médico ou o engenheiro precisam consultar constantemente os seus manuais para obter ajuda, também os membros da família cristã devem usar a Bíblia como o guia para o sucesso das suas atividades do dia-a-dia. São de Jesus as seguintes palavras: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos” (Jo14:15). Um estudo sério da Bíblia cristã traz a compreensão daquilo que Deus espera dos seus membros.

LIVRO: SEMEADOR FAMÍLIA CRSTÃ

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